A desaceleração da demanda por veículos já vinha acontecendo há alguns meses, mas a crise do crédito acrescentou um ingrediente que pode ser fatal à vida da General Motors nos Estados Unidos. O presidente da GM Fritz Henderson disse em conferência telefônica com analistas que "a indústria automobilística precisa de fundos federais para enfrentar a crise".
Nesta semana, o Congresso dos Estados Unidos decide se aprova ou não a inclusão das montadoras dentro do pacote de socorro ao mercado financeiro, avaliado em US$ 700 bilhões. A ajuda atenderia aos problemas de curto prazo das chamadas "Três Grandes de Detroit", no caso, a própria GM, que tem o caso mais grave, além de Ford e Chrysler. O presidente George W. Bush é contra o auxílio, enquanto o presidente-eleito Barack Obama já declarou que essas empresas são cruciais para a economia do país e que não podem falir.
Para o mundo da propaganda, as três empresas representaram 3,3% dos investimentos em mídia no ano de 2007 nos Estados Unidos, segundo a TNS Media Intelligence. Isso é algo em torno de US$ 4,6 bilhões. Os quatro maiores grupos de agências, Omnicom, WPP, Interpublic e Publicis têm em média 6% de suas receitas oriundas dessa indústria.
O anunciante publicou um vídeo no Youtube (que pode ser acessado por meio deste site) no qual informa algumas possíveis consequências se a indústria automobilística dos Estados Unidos falir. Segundo a empresa, aproximadamente 3 milhões de empregos direta ou indiretamente relacionados à indústria perderão seus empregos só no primeiro ano, além de 2,5 milhões que o perderão nos próximos dois anos. Os governos federal, estadual e local poderiam perder US$ 156 bilhões em impostos não-recolhidos.
A General Motors anunciou nesta segunda-feira, inclusive, que está se desfazendo de ações que detinha na Suzuki, num valor total de US$ 230 milhões.
A companhia viu sua participação nos últimos 42 anos decair de 53% para 20% do mercado de automóveis nos Estados Unidos. Ela é considerada por muitos lá o que no Brasil costuma-se chamar de elefante branco. A companhia tem 7 mil concessionárias, enquanto suas rivais Toyota e Honda tem 1500 e 1000, respectivamente. Além disso, a GM trabalha com oito marcas Cadillac, Saab, Buick, Pontiac, GMC, Saturn, Chevrolet e Hummer, enquanto Toyota tem três e Honda, duas. Para piorar, as vendas em mercados emergentes pararam de crescer no mesmo ritmo de antes, principalmente no Brasil, onde houve redução de 11% na venda de carros em outubro, segundo a Anfavea.
A General Motors dos Estados Unidos afirmou que perdeu US$ 4,2 bilhões de julho a setembro e que gastou US$ 6,9 bilhões do seu caixa no trimestre. Em outubro, as vendas foram 45% menores do que no mesmo período de 2007.
Fonte: Meio&Mensagem.
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